por Wilza Nunes - Collectivus
Estavamos brincando de algo de divertir e mais que
de repente, Téo viu uma bolacha e pediu do seu jeito “Dá, Dá, Dá” e do meu jeito o atendi “Só um pedacinho”. Assim que encheu a boca com a bolacha inteira,
fui pegar um pedaço e aí começou uma lambuza de fazer rir...a bolacha foi
derretendo nas mãozinhas dele chegando em minha boca daquele jeito: lambuzo. E
foi crescendo até gargalharmos com os nossos rostos e bocas grudentos, felizes
lambuzados.
Assim também o é, de forma análoga, quando ele e eu
lemos histórias juntos em nossas mediações de leitura:
A bolacha compartilhada, lambuzada de afeto é
também o livro lido ouvido recheado de histórias, ilustrações, cores, cheiros,
tamanhos, que nos vão derretendo de doçura, prazer, sentido; unidos em torno da
imaginação.
Ao fazer um som para o leão, para a coruja, dar um
beijo no ratinho, apontar uma ilustração, folhear as paginas enquanto ouve o
texto.
Como revela Evelio Cabrejo Parra... “faz-se a descoberta
de que os textos são coisas que tem um sentido, uma pluralidade de sentidos, e
que cada sujeito deve trabalhar um pouco para chegar a construir o sentido em
seu espírito”. Téo e eu estamos trabalhando, nos lambuzando de boas histórias,
boas leituras e seu(s) sentido(s).