quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Sob a lente de Lima Barreto – Breve Retrato da FLIP 2017

Texto Depoimento: por Wilza Nunes - membro Collectivus de Leitura

"Por esse intrincado labirinto de ruas e bibocas
é que vive uma grande parte da população da cidade, 
a cuja existência o governo fecha os olhos, embora lhe cobre
atrozes impostos, empregados em obras inúteis suntuárias
noutros pontos do Rio de Janeiro"
Afonso Henriques de Lima Barreto


     A FLIP deste ano (2017) respirou uma força tamanha: ecoava pela cidade, como um sino ouvido ao longe, palavras, poemas, relatos, debates e diálogos de formas diversas em suas representatividades e expressões, sentimentos de resistência, de alternativas e de solidariedade teciam um bordado colorido, atual e firme sobre a obra deste autor e o panorama do nosso país.
     Sob a lente de Lima Barreto foi se ampliando os olhares, fortalecendo diálogos em torno de questões sociais, com belezas, movimentos e sons.
Em meio a beleza poética, força politica libertária encontramos, infelizmente, seu contrário: a repressão do Estado destoava neste cenário; policiais municipais agiam de forma repressiva e autoritária contra artesãos e artistas que estavam expondo seus trabalhos no centro histórico de Parati, com gás de pimenta e cassetetes espalharam o revés, o infortúnio. O contraste se estabeleceu gerando reações das pessoas ali presentes, palavras de ordem foram ditas, com a mesma força e resistência encontradas no ar da festa literária: “O Povo unido jamais será vencido”.