Texto Depoimento: por Wilza Nunes - membro Collectivus de Leitura
"Por esse intrincado labirinto de ruas e bibocas
é que vive uma grande parte da população da cidade,
a cuja existência o governo fecha os olhos, embora lhe cobre
atrozes impostos, empregados em obras inúteis suntuárias
noutros pontos do Rio de Janeiro"
A
FLIP deste ano (2017) respirou uma força tamanha: ecoava pela cidade, como um
sino ouvido ao longe, palavras, poemas, relatos, debates e diálogos de formas
diversas em suas representatividades e expressões, sentimentos de resistência,
de alternativas e de solidariedade teciam um bordado colorido, atual e firme
sobre a obra deste autor e o panorama do nosso país.
Sob
a lente de Lima Barreto foi se ampliando os olhares, fortalecendo diálogos em
torno de questões sociais, com belezas, movimentos e sons.
Em
meio a beleza poética, força politica libertária encontramos, infelizmente, seu
contrário: a repressão do Estado destoava neste cenário; policiais municipais
agiam de forma repressiva e autoritária contra artesãos e artistas que estavam
expondo seus trabalhos no centro histórico de Parati, com gás de pimenta e
cassetetes espalharam o revés, o infortúnio. O contraste se estabeleceu gerando
reações das pessoas ali presentes, palavras de ordem foram ditas, com a mesma
força e resistência encontradas no ar da festa literária: “O Povo unido jamais
será vencido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário