“ler é ser um
pouco clandestino, é abolir o mundo exterior,
deportar-se
para uma ficção, abrir o parêntese do imaginário”.
Lionel Bellenger
Ler para uma criança é muito mais
do que a proferição do código escrito para outrem, está além do ensinar, do dar
exemplo (mesmo que isto se faça verdadeiro e, de fato o é). Ler para uma
criança é promover diálogo sobre nossa cultura, é ratificar que estar junto é
prazeroso e salutar para nossas vidas.
E ouvir o que as crianças têm para
nos contar, ler? E ouvi-las lendo quando ainda não são alfabetizadas?
Tenham a certeza que isto é muito importante e compõe o ato ler para elas e com elas. Por isso, não deixem de acolher esses momentos, permitindo
que o façam sem julgamentos, cerceamentos ou quaisquer outras maneiras que
direcionem este processo, pois sim, elas estão lendo.
Ler não é só a decodificação do
código, ler é compreender, interpretar, reter e expressar o que fora lido,
deste modo, quando um(a) pequenino(a) não alfabetizado se coloca a ler, sobretudo, uma história
que já lhe foi lida, ele está expressando sua compreensão e interpretação do
texto, mesmo que a princípio não encontremos relações diretas ou aparentes com
texto, tenham certeza, elas existem e precisam ser exteriorizadas. A presença do adulto nesses momentos fortalece os pequenos, os incentiva a arriscar e torna os momentos de leitura situações de cumplicidade entre os pequenos leitores e seus ouvintes.
Assim, vimos mais uma vez fazer este convite: Vamos ler para uma criança hoje? Vamos ouvi-la lendo para nós hoje? Esperamos que nos respondam: Sim vamos!
Criança de 3 anos lendo para os seus pais
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